Brasil lidera conquista histórica na erradicação da febre aftosa na América do Sul 4e3j5x
Brasil e Bolívia serão reconhecidos como países livres da doença sem necessidade de vacinar rebanhos — um marco inédito na sanidade animal da região l3t5k
Publicado em 07/04/2025 16:00
A América do Sul está prestes a alcançar um feito histórico na saúde animal: mais de 65% do rebanho bovino do continente está agora em áreas oficialmente livres de febre aftosa sem a necessidade de vacinação. Esse avanço, liderado por Brasil e Bolívia, representa uma virada de página no combate à doença que, por décadas, ameaçou a pecuária e as economias do continente.
O reconhecimento oficial será concedido em maio de 2025 pela OMSA - Organização Mundial de Saúde Animal - e marca o ingresso de Brasil e Bolívia no seleto grupo de países que conseguiram erradicar a febre aftosa sem depender da imunização contínua do rebanho.
A conquista foi anunciada durante a 51ª reunião ordinária da COSALFA - Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa - realizada nos dias 3 e 4 de abril em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. O evento reuniu representantes dos 13 países da América do Sul sob a coordenação do Centro PANAFTOSA/OPAS - Panamericano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária.
“Brasil e Bolívia darão, em maio, um o decisivo na luta contra a febre aftosa. Este é um momento de orgulho para a região das Américas”, afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.
A retirada da vacinação no território brasileiro é uma evidência de que o país conseguiu controlar a doença com eficácia, eliminando a circulação do vírus e os riscos de contágio. A conquista traz ganhos expressivos: redução de custos operacionais, maior competitividade nas exportações e valorização da imagem sanitária do Brasil no mercado global de carnes.
“O Brasil chegou ao fim do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA) com êxito. Agora, é hora de consolidar esse sucesso e garantir sua sustentabilidade”, destacou Ottorino Cosivi, diretor do PANAFTOSA.
A decisão de suspender a vacinação só é possível após rigorosa comprovação de ausência de casos e da circulação viral — um desafio que exigiu décadas de vigilância, campanhas e cooperação entre os setores público e privado.
Estratégias de resposta e prevenção
Outro marco importante apresentado na reunião foi a adesão da Bolívia ao Banco Regional de Antígenos (BANVACO), que garantirá o fornecimento rápido de vacinas em caso de emergências. O mecanismo já conta com Paraguai e Equador como membros fundadores.
O seminário internacional realizado antes da COSALFA também debateu os avanços do Plano de Ação 2021-2025 do PHEFA e os próximos os para manter os países livres da doença sem necessidade de vacinação, incluindo protocolos de vigilância e cooperação regional.
Próximo o: erradicação completa no continente
Com exceção da Venezuela, todos os países sul-americanos já estão livres da febre aftosa, com ou sem vacinação. O objetivo agora é consolidar esses avanços e alcançar a erradicação total da doença em todo o continente, garantindo uma América do Sul definitivamente livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinas.
Essa conquista histórica reforça o papel do Brasil como líder em sanidade animal e confirma que a união regional pode transformar desafios antigos em vitórias sustentáveis — com impactos diretos na segurança alimentar, na economia rural e no fortalecimento das exportações agropecuárias. (Com informações Paho.org).
Costa Rica em Foco